quarta-feira, 3 de julho de 2013

Resenha - Sirenia: Perils of Deep Blue

Antes de começar  nossa resenha, deixe-me apresentar: Me chamo Rodrigo e a Pri me convidou para falar sobre música no blog. Bom, se tu procuras por algo técnico, com escala vocal, técnica e essas coisas... Não vou falar disso, vou falar de sensações musicais. Recentemente a Floor em um dos vídeos de divulgação do novo álbum  citou mais as sensações do que técnicas vocais. Eu tenho um blog, o "Tu Já Ouviu, Cara?", onde semanalmente eu posto algo lá sobre música. Tive essa ideia quando enjoei de gente no Facebook vir falar comigo só sobre música, daí dou minha opinião faixa por faixa nele e logo em seguida minha opinião sobre o mesmo. Tenho 24 anos, moro no interior de São Paulo e sou intérprete de LIBRAS, gosto de metal, mas escuto de tudo. Espero que gostem das postagens e caso alguém deseje que eu fale de algum álbum pode indicar. JÁ FALEI DEMAIS, vamos ao o que interessa:

SIRENIA: PERILS OF DEEP BLUE



O mar, austero, frio e... mágico. Começamos com essa ambientação e pianos lindamente colocados como introdução: Ducer Me In Lucem. Aylin demonstra um falsete um tanto que... exótico, em algumas entrevistas ela disse que está estudando um pouco, e demonstra nessa musica que tá mesmo. Depois entra uma leve orquestração com os famosos corais que somente o Sirenia pode lhe fornecer, partindo para uma finalização pacifica e mantendo a ‘magia’ no ar.
Abrindo alas para uma musica poderosa que foi escolhida como single (com exclusividade o Morten cantando) Seven Widows Weep. Achei uma escolha acertada, mostrando de certa forma um diferencial, Aylin mostra um vocal mais ‘ardidinho’ porém nada tão enjoativo porque sempre tem um coral ou o Morten intercalado, sem falar no falsete em um breve hiatos na intensidade da musica. Uma coisa que acho interessante no vocal, é a inocência que a voz da Aylin carrega, parece realmente uma criança cantando e o mesmo sinto coma  Elyze cantando com a voz limpa em Avalon.
 

Comecei a terceira musica com um impressionado WOW QUE MUSICA É ESSA? Simplesmente épico, Aylin aqui apresenta um vocal mais característico do álbum anterior, mas com bateria e guitarras super carregados. O teclado também reina nessa faixa, mas é arrebatadora, pesada e a voz da Ailyn sái da mesmice que foi o álbum anterior, e sim, ela quer mostrar para o mundo que ela canta lírico também! Firulas como as que tivemos na primeira faixa temos em  My Destiny Coming To Pass. Corais e corais como se andassem de montanha russa na musica aparecem antes de Morten invadir ela. 

Damos de cara com um piano lindo e limpo e guitarras logo em seguida, surgindo os efeitos de corais em MID e introduzindo a musica Ditt Endelikt, gosto desse tipo de vocal, que parece que o cara ta fazendo as unhas e cantando. É uma musica agitada e tem seu charme. O solo que essa musica ganha um destaque tremendo com o efeito coral, seguido do piano e entrando com Ailyn sussurrando em espanhol com sintetizadores numa aura assombrada.  Gente, não tenho mais palavras para descrever essa musica. Só me lembro que o nome do cara é Joakim.

Teatral, épico, e trágico definem a intro de Cold Caress, mais uma introdução de musica que me causou arrepios, orquestração bem notada, acompanhada de guitarra e bateria, super bem arranjada e Ailyn com um vocal de... de bruxa? Bom seja o que for, a musica é boa, tem seu peso e lembra um pouco a Seven Widows Weep, mas parece que Ailyn nem respira nessa.  Os corais se encaixam lindamente nessa música, parece uma queda-livre quando eles entram. Novamente a presença de sintetizadores deixam um diferencial na musica, Ailyn canta como se estivesse embaixo da água, ou na frente de um ventilador, dai a musica perde a orquestração e  vira algo mais metal, com Morten guturalizando. Gritinho para matar a sociedade.

Darkling começa com guitarra bem ao fundo e depois entra bateria e a mesma guitarra com MIDS de corais, no entanto Ailyn entra com a vozinha de criança, no entanto a voz dela entra em segundo plano, fazendo um back vocal e Morten canta. Arrepia isso. O coral foi dividido entre homens cantando e mulheres cantando.

Decadence tem um ar todo de rock-dançante que vem tomando conta de algumas bandas. Ailyn assume o papel da vocalista de Barbie Girl por alguns instantes, a voz dela parece intensamente mais aguda, mas com baterias arrasadoras acompanhando ela antes do refrão. Novamente temos uma musica em que ela deixa para trás a sonoridade do antecessor e mostra do que sua voz é capaz. Essa musica possui um aspecto futurista como dos pioneiros no estilo, Amaranthe, no entanto você não sente ouvindo Amaranthe, o gutural de Morten é extremamente bem acompanhado por esses efeitos eletrônicos. Solos limpos de guitarra acompanhado da bateria que acompanha a voz a Ailyn todos os momentos.

Uma tempestade com guitarras longínquas até se aproximarem com os corais em MID e a orquestração incluindo um clima trágico, distante... Stille Kom Døden apresenta Ailyn com um vocal semi lírico e normal, lento como se fosse uma assombração em um casarão abandonado em alguma colina, é interessante ver o destaque que a voz dela ganha e perde no decorrer da musica, a instrumentação é perfeita, faz você flutuar e cair. Suavidade e violência ao mesmo tempo. A musica ganha peso nas guitarras, os corais invadem a cena e um solo é desenvolvido, nota-se muito claro o baixo e as guitarras rítmicas com Morten apresentando um gutural que eu ouvia quando ele ainda estava no Tristania. Violão entra na musica junto com Ailyn, é lindo! As notas que as guitarras assumem são extremamente tocantes. Vocais de Ailyn são soltos se confundindo com as notas do violão. Morten cantando limpo! Anos que não ouvia uma obra de arte como essa musica! EPICO, EPICO EPICOOOOO! O final é pacífico, um órgão é tocado seguido por badaladas de um sino.

Orquestrações, guitarra e corais pesados. Potencia na voz de Ailyn, e esse peso alternado pelo jeito que ela sempre cantou, é uma musica de peso em The Funeral March. Existem tantos elementos que compõe essa musica, que você chega a se perder nele, novamente Morten entra com um gutural arrasante, junto dos famosos corais e um solinho atropelado entra o refrão e  termina com flauta árabe. E a mesma flauta inicia a musica e se dissipa  na bateria e na guitarra, temos uma musica que promete ser um show, começando com Ailyn sussurrando numa batida ao estilo balada e Morten rasgando tudo com sua voz, Ailyn toma controle da musica alternando, é uma musica forte e violenta Profound Scars. Em algo me lembra a instrumentação de trail of tears. Essa musica tem uma pegada mais comercial. Não deixa de ser boa, é muito bem estruturada, guturais diferenciados. Existem uns efeitos de guitarra muito parecidos com os presentes em Mother of the Light do Epica. E termina com a flauta novamente. 

A Blizzard Is Coming começa com uma aura fantasmagórica e Morten sussurrando dessa vez, a musica ganha um peso como se a fosse iniciada com ele, mas Ailyn quem começa, ela tem uma excelente modulação nessa faixa. Essa faixa se torna um pouco enfadonha, então umas firulas fantasmagóricas com Morten sussurrando e um sintetizador permite que o coral invada a musica dando origem a um dos melhores solos do álbum seguido de uma bateria muito perceptível, torna um deleite e Morten guturaliza a parada.

Chains começa com muita informação para a musica, desde guitarras nervosas ate um OOOOOOOHHHHHHH lírico da Ailyn.  O REFRÃO DESSA MUSICA É ESPETACULAR Aylin e Morten cantando juntos, a bela e a fera cantando juntos! Solinho, Morten cantando ao fundo da musica, como se estivesse num túnel e voltamos para o refrão quebrando tudo. É uma boa musica. Surpreendeu.

Blue Coleen possui um ar soturno e Ailyn com uma voz mais infantil ainda no inicio dela, mas uma Aylin mais madura assume o vocal da musica. Temos o efeito de vozes duplicadas, uma progressão musical muito linda, carregada e até certo modo violenta. Gostei muito da variação de tom nas musicas, horas a musica tem a instrumentação mais alta, horas a voz ganha destaque. Efeitos com os corais que ganham todo tipo de vocais e Morten invade com palavras espalhadas a ultima parte da musica. E finalmente terminamos o álbum com Lost In Denial... She’s lost...

MINHA OPINIÃO: O álbum antecessor, The Enigma Of The Life foi enfadonho, dando a sensação de que você ouviu a mesma música até começar a tocar a faixa tema. Isso representou para alguns fãs da banda um retrocesso em comparação com o 13th Floor e com a participação que a vocalista fez com a banda Serenity com The Chevalier. No entanto, eles inovaram, Morten com guturais variados, Ailyn está estudando canto, instrumental mais forte, corais variando... É um álbum bom, foi uma surpresa para mim.

2 comentários:

  1. Perils Of The Deep Blue é um álbum denso e muito rico, e com belas melodias, e tudo feito com uma ousadia incrível e misturados de uma maneira que não é qualquer músico que conseguiria fazer isso sem se perder no meio de tantos elementos. Veland não apenas conseguiu como o fez com maestria mostrando muita genialidade. Este álbum por toda sua densidade e riqueza de detalhes merece uma escuta atenciosa. Esté álbum é realmente uma grata surpresa. Abriu mão de uma sonoridade mais acessível como nos três álbuns anteriores, que apesar de serem bons álbuns, eram mais do mesmo. Este Perils Of The Deep Blue foi sem dúvidas além de quaisquer expectativas que se poderia criar em torno do Sirenia.

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  2. Sirenia se tornou melhor que o Tristania, Morten errou apenas em dois álbuns na minha opnião. O Perfils é um dos meus favoritos da banda.

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