Ela está de volta! Depois de What Lies Beneath, Tarja
Turunen lança um álbum inédito a ser lançado agora em agosto. Vamos analisar?
I saw our memories die
thought our dreams had lost their meaning
but dreams still in my heart
are painting colours in the dark
Na mesma linha instrumental do Bolero de Ravel, temos Victim
of Ritual, uma música muito sinfônica, misturando o som da marcha com
momentos mais agitados, a musica já é conhecida de todos, então vamos nos ater
ao clipe, notaram a tinta em pó? Bom a fonte dessa ideia conceitual é indiana,
baseada num festival chamado Holi, onde os participantes jogam tinta uns nos
outros com o intuito de afastar o negativismo. No clipe é a mesma coisa, como
se as pessoas ficassem presas àquilo que fazem todos os dias, o ritual diário,
numa vida sem cores para expandir suas habilidades e qualidades. Uma coisa que
não gostei nessa musica foram as firulas vocais no meio dela, um solo ou algo
do tipo ficaria melhor do que ouvir ela gritando, mas ok, é uma música
excelente para um álbum do gênero.
Tarja começa usando um eco e logo em seguida uma explosão de
guitarras, a musica é mais tranquila em seus versos, com uma guitarra simples
acompanhando, a versatilidade vocal dela está bem afiada em 500 Letters, é uma música bem light, tem seu peso e é bem comercial,
passa muito bem para trilha sonora de algum filme. Aí encontramos um solo muito
bom, seguido pelo sustenido da voz da Tarja, teclado e bateria.
Então somos apresentados a Never Enough, o que para mim é uma música até que boa, mas
diferente do contexto do álbum, é pesada, tem um conceito interessante na
letra, mas achei repetitiva. Ainda existe quem diga que essa musica é um
indireta para Vcs~Sabem~Qual~Banda, o que eu acho difícil, visto ninguém mais
ser criança para ficar se alfinetando ou mandando recadinhos, né? E isso não
vem ao caso.
Mystique Voyage era uma musica que eu estava muito ansioso
para ouvir, Tarja começa a narrar ao melhor estilo Elvenpath, só que no lugar da canção agitada, temos uma
instrumentação harmoniosa nos é apresentado, é uma musica muito melódica, mais
uma música que brada pela jornada pessoal, mares infinitos de mistérios sendo
revelados, corais muito bem elaborados ao fundo. É uma musica tocante, simples,
mas com um feeling tão forte. Essa é uma musica tão teatral, que se tivessem
guitarras altas, talvez perdesse seu encanto. Simplesmente perfeita, cheia de
efeitos. Em seus 4 minutos somos apresentados a uma parte mais agitada com
guitarras tênues bem ao fundo. É uma tremenda obra de arte da engenharia
instrumental, cada elemento em seu lugar sem ofuscar, mas complementando um ao
outro. E a musica termina com o piano e celo que acompanha desde o inicio dessa
canção.
É de praxe da Tarja gravar um cover para colocar no álbum,
em My Winter Storm tivemos Poison de Alice Cooper, no What Lies Beneath
contamos com In The Still Of The Night do Whitesnake e no Colours In The dark
ouvimos Darkness de Peter Gabriel. É belo, é uma canção
pesada, e os engenheiros fizeram um excelente trabalho na mixação dessa musica.
Passa do pesado para o abafado, suave com aqueles sons que ouvimos aos 11
segundos de Naiad acompanhado pelo piano e uma orquestração fantástica. Mistura
o sinfônico, o caos e a paz na mesma canção.
Deliverance é
outra daquelas musicas que começam num tom tranquilo e se revela como a
introdução dos primeiros filmes do Homem Aranha (isso não é ruim, eu gosto da
instrumentação usada nas aberturas dos filmes da Marvel) bem, é uma musica com
peso, também muito sinfônica, e temos um show vocal. O lírico é puxado, e muito
bem usado. Me amarrei em pontos dessa musica, ela tem altos e baixos. Mas a
orquestração dela, é o que chama muito a atenção. Muito bem trabalhada, ainda
tem pegadinha, porque quando você acha que ela acaba, ela na realidade d´um
tempo e pega intensidade com Oooooh, OOOOHHHHH’s da Tarja. E no fim o rock e o
sinfônico se unem e forma uma espetáculo instrumental.
Pesos nas guitarras, chega a lembrar o estilo que Isaac usa
no Epica, que eu brinco que parece uma Yamaha RD, Neverlight tem uma introdução poderosíssima, a voz da Tarja se
mostra duplicada e com um coral muito bacana em certos instantes da canção. Aos
2:40 e poucos temos um solo instrumental e um solo de guitarra repetitivo e
então o instrumental forte, como se fosse um vento contra uma pedra surge
unindo tudo no refrão.
Uma atmosfera tranquila surge, dando vazão à voz duplicada
com efeitos de sintetizadores, é uma musica tranquila, Until The Silence, é
acrescentado um piano ao refrão e a após ele a musica volta a ficar lenta. Essa
musica carrega um tom de tragédia em um certo ponto dela, e entra então as
guitarras e a bateria com o refrão em voz duplicada. É lindo.
Chegamos à ultima musica de nossa jornada, passamos pelo
metal, pelo sinfônico, canções de ninar e agora somos apresentados ao lado mais
folclórico da coisa. Uma flauta ao estilo árabe, com vocais ao melhor estilo
indiano e guitarras agressivas aparecem com a bateria. A musica pega um
compasso, e fica agitada, ganha força e alça voo. É simplesmente lindo ouvir a
voz da Tarja emergindo do coral, em Medusa.
Deixe-se levar pela musica, os elementos que dão vida a essa canção são únicos,
é uma musica emocionante. Então surge a voz de Justin Furstenfeld, com guitarras rítmicas em alguns pontos, a sua
voz é suave, chegando a lembrar voz de alguns desenhos da Disney, mas é um
espetáculo, a união da voz dele com a voz da Tarja, o intercalamento e a união das
vozes junto com o instrumental, flautas, guitarras, corais. Te leva novamente a
uma viagem pessoal. Essa musica é um diferencial na carreira da Tarja, não
estou lembrado dela fazer nada parecido nos álbuns anteriores, é simplesmente
lindo, deixando um gosto de quero mais no ar, encerrando o álbum com a flauta
árabe.
Justin Furstenfeld - Artista convidado.
Pesquisei um pouco sobre Justin Furstenfeld, e acabei
descobrindo um pouco mais sobre a vida dele, o cara é um prodígio: produtor
musical, artista plástico, autor, vocalista, guitarrista e compositor de uma
banda de rock, chamada Blue Octuber. O gênio tem seus demônios também, luta
contra o distúrbio bipolar e suas tendências psicóticas assim também com sua
ansiedade. A banda Blue Octuber possui cerca de 10 albuns lançados, incluindo
um acústico.
Por Rodrigo P.P.
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